O consumo de água mineral reduz o risco cardiovascular?
Você sabia que o consumo de água mineral pode ser considerado um fator protetor contra as doenças cardiovasculares?
Há diferentes tipos de água mineral, pois sua constituição difere dependendo do local de onde é retirada. Em locais em que o acesso a água potável é restrito, é comum a dessalinização da água (purificada). Esse é um processo de alto custo que, apesar de fornecer um produto passível de consumo, restringe a composição de seus sais minerais.
A doença cardiovascular é extremamente comum, sendo a principal causa de mortalidade no nosso país. Isso resulta em custos elevados para o sistema de saúde e diminuição importante da qualidade de vida. Sendo assim, a prevenção da doença cardiovascular, com o controle de seus fatores de risco, é uma medida fundamental.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de água mineral rica em cálcio e magnésio demonstrou estar associado a diminuição da mortalidade por eventos cardíacos isquêmicos, como o infarto do miocárdio (ataque cardíaco). Em estudos populacionais e experimentais houve um melhor controle de fatores de risco cardiovasculares, vindo de encontro com o que é defendido pela OMS. O consumo de água mineral parece contribuir, nesse contexto, de diversas maneiras, como: melhor controle dos níveis tensionais em hipertensos, controle de níveis glicêmicos (em estudos experimentais), diminuição dos níveis de colesterol total e LDL-c ("colesterol ruim") em dislipidêmicos e diminuição de fatores que estão associados a um maior estresse oxidativo.
Entretanto, faltam estudos que embasem melhor a recomendação dessa medida, a nível de saúde pública, e sobram dúvidas sobre o assunto.
Por exemplo, qual é o balanço ideal de minerais para se obter um benefício cardiovascular? Qual é a quantidade recomendada para consumo mínimo diário? Qual é o peso desse benefício nas populações que não enfrentam a desnutrição? Nesse sentido, há necessidade de mais pesquisas e maior conscientização dos governos, principalmente daqueles países que possuem faixas importantes da população em que a dieta não é suficiente para prover esses minerais de maneira satisfatória. Sendo assim, o consumo de água mineral parece ser uma medida adicional importante na prevenção da doença cardiovascular, especialmente nas populações mais carentes.
Autor: Dr. Vinicius Bocchino Seleme - Cardiologista CRM/PR 29601.